Colóquio Internacional: O “governo” dos jornalistas

As propostas podem se declinar em torno de quatro grandes eixos:

- A estruturação do domínio mediático.

Trata-se aqui de analisar os efeitos dos dispositivos que, ontem e hoje, na França ou no exterior, tendem a fazer da intervenção pública um processo de “rotulação” das empresas mediáticas: pensamos, por exemplo, na definição dos critérios de elegibilidade à ajuda direta e indireta do Estado, ao apoio dado à distribuição da imprensa nas bancas de revista (Loi Bichet), e, mais recentemente, o suporte dado pelo governo da França ao desenvolvimento da imprensa online; a atribuição das freqüências de radiodifusão, as decisões tomadas em matéria de regulação da publicidade entram igualmente nessa categoria, assim como as decisões tomadas em matéria de publicidade nos canais de televisão públicos.

- A orientação do tratamento jornalístico.

Esse eixo de reflexão aborda as interações de discurso na seleção e no tratamento da informação, sob a ótica da “publicidade” ou da exposição sobre as quais se articulam as políticas públicas. A recomposição da ação pública impulsionaram a divulgação de “dados”, o debate de certas questões sociais (imigração, meio-ambiente...), o processo de designação e de categorização de atos e de atores sociais. Como esses elementos se orientam no tratamento da atualidade? Inversamente, qual é o papel da produção jornalística no agendamento de problemas públicos. Essas questões se traduzem pela emergência de novas publicações ou de novas editorias dedicadas, ou persistem em tratamentos alternativos.

- A gestão do serviço público.

Podemos nos questionar sobre s efeitos das reformas do audiovisual sobre a profissão e a informação do serviço público e a demora em promover tais mudanças. Podem ser abordadas as modalidades de nomeação e hierarquia, evolução do estatuto do pessoal, terceirização da produção, incentivo à racionalização de custos. Esses fenômenos geram repercussões sobre os atores do presente que podem ser analisados nesse eixo. Aliás, não existe, na França, um “setor público” da imprensa escrita, não é proibido se questionar sobre a existência de veículos que podem desempenhar esse papel (Le Moniteur universel, Le Journal officiel), ou até sobre empresas com estatuto híbrido, parcialmente controladas pelo Estado (AFP).

- A legitimação dos jornalistas.

A identidade profissional do jornalista evolui em função de modelos de “governo/governança” que são impostos pelo poder público: as conseqüências podem ser globais (novos dispositivos de direitos autorais, questionamentos sobre o estatuto profissional, projetos de enquadramento da profissão), bem como ter relação com certos aspectos mais precisos da prática jornalística (a regulamentação sobre a proteção das fontes). Além disso, as formas de representação pública do jornalismo também serão analisadas aqui, abordando, por exemplo, a evolução do panorama sindical, na França e no exterior, ou no funcionamento de instancias paritárias. Enfim, vamos acolher neste eixo reflexões que analisem as estratégias utilizadas pelos jornalistas para contornar medidas do setor público - como, por exemplo, o caso de jornalistas “sem registro profissional”, ou ainda, em contexto de censura, ou a prática do disfarce ou dissimulação dos autores.

Modalidades de submissão de trabalhos: enviar a grouplabjournalisme@gmail.com

- Um resumo de 3000 a 5000 caracteres (com espaços. Os textos não devem conter nenhuma indicação que possa permitir a identificação do autor ou autores).

- Primeira página contendo identidade, instituição, endereço de e-mail do autor (ou autores); essas informações não estão disponíveis aos membros do comitê científico encarregadas de julgar as propostas.

Os resumos e os comunicados podem ser apresentados em inglês, espanhol, francês ou português.

Calendário:

- Submissão (resumo) de propostas: até 15 de fevereiro de 2012;

- Resposta do comitê científico:31 de Março de 2012

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