As audiências televisivas na era da convergência mediática

A era da convergência mediática veio ampliar a oferta de conteúdos televisivos num esforço constante para manter a massa de audiências que afirmou a televisão como o medium de massas por excelência. A centralidade é, agora mais do que nunca, das audiências, pois constituem não só um número precioso para a atribuição de valor da publicidade e, por conseguinte, de rentabilidade das empresas de média, mas também o conjunto de pessoas ativas, que produzem conteúdos, que emitem opinião e que se apropriam dos conteúdos produzidos pelos profissionais.
A era é de convergência entre os conteúdos on e off-line e de conteúdos produzidos por profissionais e pelas múltiplas audiências. O contexto de partilha recoloca os vários géneros televisivos que se veem obrigados a absorver a atividade das audiências. É neste sentido que abordaremos o contexto televisivo em diferentes perspetivas: o que é ver televisão na atualidade; as novas formas de receção da ficção televisiva; a migração do videoclip e a sua apropriação por parte das audiências; a memória do espectador e o futuro da televisão; e o comentário político e a influência dos públicos.
Esta é uma discussão na qual participarão académicos das áreas da Comunicação, do Cinema, do Design Multimédia e da Literatura Comparada, e profissionais de diferentes áreas da produção de conteúdos televisivos.

Television audiences in the era of media convergence

The era of media convergence came to expand the supply of television content in a constant effort to keep the mass audience who claimed television as the mass medium par excellence. The centrality is, now more than ever, in the audiences, because they constitute a precious number for the allocation of the advertising value and, therefore, of the profitability of media companies, but also number of active people who produce content, who express an opinion and who take to themselves the content produced by professionals.

This is an era of convergence” between online and off-line content and content produced by professionals and by multiple audiences. The context of sharing replaces the various television genres, which are forced to absorb the audience’s activity. This is why we will approach the television context in different perspectives: what means watching television today; new forms of reception of fiction television; the migration of the video clip and its appropriation by the audience; the memory of the viewer and the future of television; and the political commentary and influence of the public.

This is a discussion in which scholars from the fields of Communication, Film, Multimedia Design and Comparative Literature will participate, as well as professionals from different areas of television content production.

Oradores

Mark Deuze

Mark Deuze

Professor of Journalism

Department of Mediastudies

University of Amsterdam

José Pacheco Pereira

José Pacheco Pereira

Comentador Político: SIC Notícias

Historiador - Político - Professor Universitário

Sérgio Figueiredo

Sérgio Figueiredo

Diretor de Informação da TVI

Formação: Economia; Gestão Comunicações e Multimédia - Universidade Técnica de Lisboa

Gonçalo Madaíl

Gonçalo Madaíl

Diretor da RTP Memória e da RTP Inovação

Formação: Comunicação Social - Universidade da Beira Interior

Luís Fernandes

Luís Fernandes

Produtor Executivo do Canal 180 A Outra Televisão

Consultor: Design Visual, Criatividade

Vasco Mendes

Vasco Mendes

Realizador: Videoclip e documentário

Formação: Cinema - Universidade da Beira Interior

Paulo Serra

Paulo Serra

Professor: Teoria da Comunicação

Investigador: LabCom.IFP - Comunicação, Filosofia e Humanidades

Faculdade de Artes e Letras (Presidente) - Universidade da Beira Interior

Manuel Pinto

Manuel Pinto

Professor: Estudos Jornalísticos e Literacia para os Media

Investigador: CECS - Centro de Estudos em Comunicação e Sociedade

Instituto de Ciências Sociais - Universidade do Minho

Tito Cardoso e Cunha

Tito Cardoso e Cunha

Professor: Estudos Fílmicos, Retórica e Argumentação

Investigador: LabCom.IFP - Comunicação, Filosofia e Humanidades

Faculdade de Artes e Letras - Universidade da Beira Interior

João Pedro da Costa

João Pedro da Costa

Investigador: Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa

Faculdade de Letras - Universidade do Porto

Editor: MUSIKKI

Luís Nogueira

Luís Nogueira

Professor: História do Cinema e Géneros Cinematográficos

Investigador: LabCom.IFP - Comunicação, Filosofia e Humanidades

Faculdade de Artes e Letras - Universidade da Beira Interior

Sérgio Dias Branco

Sérgio Dias Branco

Professor: Estudos Fílmicos e da Imagem

Investigador: CEIS20 - Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX

Faculdade de Letras - Universidade de Coimbra

Francisco Merino

Francisco Merino

Professor: Narrativa Transmediática

Investigador: LabCom.IFP - Comunicação, Filosofia e Humanidades

Faculdade de Artes e Letras - Universidade da Beira Interior

Moderadores

João Correia

João Correia

Professor UBI

Ana Catarina

Ana Catarina

Professora UBI

Fernando Cabral

Fernando Cabral

Professor UBI

Sónia Sá

Sónia Sá

Doutoranda Ciências da Comunicação UBI

André Barata

André Barata

Professor UBI

Programa

16 de novembro


14:30
Abertura

Reitor da Universidade da Beira Interior
Presidente da Faculdade de Artes e Letras
Presidente do Departamento de Comunicação e Artes
Coordenador Científico do LabCom.IFP
15:00
Ver televisão em 2015

Alunos de Pós-graduação em Ciências da Comunicação da UBI

16:00
"Media Work" and "Media Life"

Mark Deuze (Amsterdam University)


Moderador: João Carlos Correia (UBI)

17 de novembro


10:00
A ficção televisiva: novas formas de receção

Tito Cardoso e Cunha (UBI)
Sérgio Dias Branco (UCoimbra)
Francisco Merino (UBI)


Moderadora: Ana Catarina Pereira (UBI)

11:30
Migração e apropriação do videoclip

João Pedro da Costa (UPorto)
Luís Fernandes (Canal 180 - Outra televisão)
Vasco Mendes (Realizador)
Luís Nogueira (UBI)


Moderador: Fernando Cabral (UBI)

17 de novembro


14:30
A memória do espectador e o futuro da televisão

Manuel Pinto (UMinho)
Gonçalo Madaíl (RTP Memória / RTP Inovação)
Sérgio Figueiredo (TVI)


Moderadora: Sónia Sá (LabCom.IFP)

16:00
O comentário político e a influência das audiências

Paulo Serra (UBI)
Keynote Speaker
José Pacheco Pereira (Comentador Político)


Moderador: André Barata (UBI)


Temas em discussão

Se a ideia de série não é originária da televisão, mas encontra as suas raízes no folhetim literário ou no serial cinematográfico, a verdade é que foi no pequeno ecrã que ela encontrou a sua forma canónica. Ao longo de décadas, o ritual do dia e da hora marcada na grelha televisiva congregava os espectadores para uma experiência organizada de receção que a multiplicação de plataformas digitais surgidas nos últimos tempos veio estilhaçar: a receção não-linear, ubíqua ou assíncrona entrou na ordem do dia, ao mesmo tempo, curiosamente, que a possibilidade de visionamento na íntegra de uma temporada coloca em suspenso a própria lógica episódica da ideia de série com que convivemos desde há muito.
Podemos perguntar-nos desde logo: é o videoclip ainda um género ou um formato televisivo? Se é certo que a sua génese concetual e técnica está ligada à televisão e ao surgimento do vídeo, a verdade é que a migração deste formato para outros meios leva a questionar a sua caraterização, já que, se nunca se produziram tantos videoclips como na atualidade, o certo é que estes parecem ser cada vez menos vistos no pequeno ecrã. No youtube encontramos milhões de videoclips oficiais, mas igualmente de criações de fãs, assentes na paródia, no cut-up, no mash-up ou na colagem. A apropriação aparece-nos assim cada vez mais fragmentada e a migração cada vez mais plural.
O maniqueísmo acompanha os estudos televisivos desde que o medium começou a sua atividade. A preocupação centrou-se inevitavelmente sobre os efeitos – maléficos ou benéficos – que a televisão tinha sobre as suas audiências. O mundo digital veio reposicionar o espectador, que passou a ter voz mediática. Numa análise atual dos alinhamentos de noticiários ou de programas de entretenimento televisivos percebemos que os conteúdos produzidos pelo espectador e pelo utilizador na rede são presença cada vez mais recorrente nestes géneros. Ora, se a preocupação sobre os efeitos da televisão junto das audiências era tradicionalmente o denominador comum, como pensar a televisão de hoje quando verificamos que as audiências são ativas e têm uma palavra a dizer sobre o que entra ou sai dos alinhamentos televisivos?
A função do jornalismo eleva-se na mediação entre o poder político e a sociedade civil. O papel do jornalista, como watchdog, tem sido acompanhado pela ascensão da figura do comentador político, tido como intérprete e descodificador da mensagem política. Ao jornalista e ao comentador político aliam-se novas vozes que ganharam espaço público através das redes sociais e acesso facilitado aos dispositivos móveis de comunicação. O cenário é de grande complexidade, e os limites dos campos do jornalismo e da política são cada vez menos perceptíveis num contexto de esfera pública dilatada.

Contactos

Universidade da Beira Interior
Faculdade de Artes e Letras
Rua Marquês D'Ávila e Bolama
6201-001 Covilhã
Telefone: +351 275 319 700
Ext.: 3342
Email: sonia.sa@labcom.ubi.pt

Localização

Universidade da Beira Interior
Faculdade de Engenharia
Calçada Fonte do Lameiro
6201-001 Covilhã

Coordenadas GPS
40°16'42.6"N 7°30'42.5"W

Fotos

Dia 16

Dia 17

Organização

Paulo Serra
Diretor Doutoramento Ciências da Comunicação UBI - Presidente
Sónia Sá
LabCom.IFP/Doutoranda Ciências da Comunicação UBI
Ana Catarina Pereira
Professora UBI
Luís Nogueira
Professor UBI
Francisco Merino
Professor UBI
Fernando Cabral
Professor UBI
Mércia Pires
Secretariado
Adelaide Reis
Secretariado
Filomena Matos
Assistente de Logística
Cristina Lopes
Designer
Sara Constante
Designer
Susana Costa
Web Developer
Beatriz Ferreira
Designer estagiária
(aluna de Mestrado em Design Multimédia)
Paulina Fonseca
Designer estagiária
(aluna de Mestrado em Design Multimédia)